segunda-feira, 31 de maio de 2010

RESENHA – FESTA SELO BEQUADRO SEM SÊ-LO MOSTARDA

Texto: Regis Vernissage
Fotos: Kbça Corneti

Sábado intenso em Mogee Rock City no que concerne a especialidade aqui da casa, o rock independente. Após tudo o que aconteceu na cidade durante a Virada Cultural Paulista 2010, de bom (apresentação histórica do Mudhoney na cidade além de serem entrevistados pela Maquiladora, e esta, Jane Dope e Vício Primavera deliciando-se em palcos de estruturas profissionais, o Selo Sem Sê-lo fazendo abertura não-oficial no Campus 6) e de ruim (os fellas do C1M vendo seu set ser abruptamente reduzido em prol história da tal alvorada da festa do Divino, além da completamente desnecessária tesourada-mãe que os Chico Bentos da incrível e implacável Força Tática mogiana aplicaram ao projeto Guerrilha Gerador – fato já bastante discutido e fotografado por aí), era hora de continuarmos com a nossa moeda de troca, a ventilação de bandas e intercâmbio de casas, dessa vez com a Festa Selo Bequadro Sem Sê-lo Mostarda que teve formato semelhante a do Festvial Lumière com exposição dos fotógrafos KBÇA Corneti, Carol Ribeiro e Stéfano Martins e que teve espaço no nosso querido Campus 6.

Enquanto o DJ da noite e também batera do Cor-Séría Fabio Zelenski tocava ícones das nossas vidas (Afghan Whigs, Nada Surf, La Carne, Mentecapto, etc) a primeira banda da noite, a The Mercúrio de Campinas, já estava pronta para mostrar pela primeira vez seu set em Mogi. Músicas longas, etéreas e abrasivas chamaram a atenção pela forma em que eram executadas e pela quantidade de nuances que são propostas pela banda. O lance aqui em Mogi funciona mais ou menos assim: quando o público não gosta do som, eles ficam conversando e tal... quando o público gosta, impera o silêncio completo e total até que a última nota seja emitida da guitarra em prantos, e esta última atitude pôde-se notar nitidamente ao fim do set do The Mercúrio, formado por rapazes simpáticos que foram muitíssimo bem recebidos na cidade.


Macacos velhos de Mogi, os São Bernardenses da Espasmos do Braço Mecânico nem tiveram muito tempo para ficarem bêbados direito e já atacaram na sequência seu garage stoner grungeano ou seja lá o que isso venha a significar (mania besta de ficar criando rótulos!), o que importa é que há tempos eu não via um show desses doidos e, putaqueopariu, como é bom bater a cabeça ao som de “Eu que não quero nada”, “Carcaças Mórbidas”, “Quantos tijolos uma cabeça agüenta” e a sensacional “Posso Ajudar?” com seu esplêndido refrão que podemos com imensa facilidade dedicar para uma lista joselitos! Há tempos venho pensando numa coisa que devo fazer dentro de alguns anos: Os Espasmos são a banda que deverei chamar pra tocar na festa de 18 anos da minha filha mais velha... Diversão garantida!

Correndo contra o atraso do tempo, os mogianos do Seamus (sim, são mogianos, não sabia?), vestidos de um Bôe careca e um Meteoro desprovido de voz, tiveram o privilégio de fazer 2 setlists para a mesma noite, pois tocariam ainda na mesma madrugada na Divina Comédia. Tudo muito intenso e alto pra caralho na Red e melhor equalizado na Modern Dance em diante, tiveram o prazer de tocar para uma gurizada que estava na sede de vê-los em ação no Campus 6 – bem, esta foi a informação que me chegou até os ouvidos – e sem sombra de dúvidas não deixaram por menos, sendo massivamente ovacionados ao final da épica “Experiences with broken glass” que causou até a perda dos óculos do batera Zé Ronconi. Quem encontrá-los favor entrar em contato com este Blog ou no post abaixo.


Já a Maquiladora mostrou sons de seus cds My Silent Van Gogh e Parturition e pra variar causou furor nos meninos que sempre se empolgam com a vitalidade e entrosamento das meninas e começam loucamente a bramir frases do tipo: “A baixista é lésbica! Depila ela!”, o que definitivamente serve como força para que a banda detone cada vez mais em suas performances e composições. Inclusive um ponto notável é a quantidade de sons novos que a banda põe na roda. A quantidade de “Too Much Wine” que eu já havia bebido me deixou assim, meio lesado, a ponto de esquecer algo, mas tenho quase que absoluta certeza que tocaram 2 músicas novas. Comentários no post serão bem vindos.

E finalizando a história tivemos uma apresentação bizarra da Jane Dope, diria esquisitona, pois foi o primeiro show sem a tecladista Duda que saiu da banda na semana passada, e ao mesmo tempo o último show com o guita Marceleza e o primeiro com o Eder Odorizzi que está entrando no lugar do Marcelo. Pode ser que tenha ficado esquisito aquele bando de 3 guitarras, na verdade minha opinião é um tanto quanto suspeita, mas temos que concordar que o show foi cheio de imprevistos (cordas quebradas – agradecimento especial ao Rafael Espasmos que emprestou sua guita, baixo que se recusou a funcionar quando devia, voz que se recusou a cantar afinadamente, enfim...) e no final das contas, apesar do atraso no horário, tudo acabou funcionando razoavelmente bem.

Era hora então de fechar o Campus 6 e partir pra Divina Comédia descansar um pouco e curtir o som do Alarde e a segunda parte do setlist do Seamus (Half-less Love veio, Hate Campaign não), que serviu pra levantar quem considerava-se cansado e já pensava em ir pra casa, mas aí já é outra história que só terminou de fato com o gélido sol da manhã dominical deste declínio de maio.

4 comentários:

  1. Fino Régis não pude ir mas li todo rolê, quero ver essa formação quando Jane toca novamente?
    Por aqui rolou o Shed fazendo um ensaio aberto no estúdio, em breve videos da reunião, foi lindão, quase chorei rs!
    Forte abraço, seguimos!
    rg

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  2. três moças tão bonitas no Maquiladora e quem causa furor é a baixista não-depilada, esse mundo tá todo torto mesmo! rss

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  3. Olha, mas a baixista é uma coisa de louco viu...

    Brincadeira, aqui é o Henrique, homem que arrota e peida alto...

    Sons novos sim Régis, duas músicas no Campus, e mais algumas coisas saindo do forno!

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  4. AEee legal pra caraleo

    nós tocamos em qualquer lugar, festinhas de criança, casamentos, batizados, funerais e de vez em quando em alguns bares especializados.

    É só chamar que a gente faz um pacote especial para a sua ocasião ajhauhuahauhuahuha

    adoro vocês pilantras, abraços
    Fukuda

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